O Sr.Fernando Leão está a fazer um bom trabalho?

22/02/08



As Terras de Santa Maria abrangem os actuais Concelhos de Albergaria-a-Velha, Arouca, Castelo de Paiva, Espinho, Estarreja, Gondomar, Murtosa, Oliveira de Azeméis, Ovar, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira, Sever do Vouga, Vale de Cambra e Vila Nova de Gaia, sendo fruto de uma designação antiga e remota do século XI.

Situada no cruzamento dos eixos Norte-Sul e Litoral-Interior, dispõe de um posicionamento geográfico estratégico que faz com que esta região, desde os primórdios da civilização em Portugal, seja um local de encontro e passagem de muitos e variados povos.


O Castelo da Feira, construído no início do séc. XI, local de pagamento de tributo, era local privilegiado de comércio. Esta feira, tornou-se tão importante que a aglomeração tomou o seu nome Civitas Sanctae Mariae, dando origem à actual cidade de Santa Maria da Feira.


Desde bem cedo, devido a acontecimentos históricos e, sobretudo, a factores geográficos bem demarcados, a delimitação exacta dos seus limites não acarretou os problemas que era normal acontecer.


Tal facto, levou à criação de uma zona sócio-económica pujante e de grande vitalidade, por força da diversidade das suas terras, e ao seu posicionamento estratégico entre os dois pólos políticos e comerciais de então: Porto e Coimbra.


É nesta envolvência geográfica, económica, militar, sociológica e cultural que surgem, nos inícios do séc. XIII, as convulsões políticas resultantes da morte do Conde D. Henrique e que irão reforçar o prestígio e a importância das Terras de Santa Maria.


Com efeito, a viúva (Rainha D. Teresa) deixou-se envolver por Fernão Perez de Trava que pretendia tomar controlo do Condado Portucalense. Para isso, começou a retirar poder, cargos e terras à nobreza portucalense e a dar às famílias galegas da sua confiança.


Ao aperceberem-se disso, algumas das principais famílias do Alto Minho e das Terras de Santa Maria, resolveram juntar forças e revoltar-se contra este movimento de usurpação. Nasceu assim, a revolta que culminou com a batalha de S. Mamede.


Nesta batalha, foi preponderante o papel dos habitantes e Senhores das Terras de Santa Maria, com a determinação da sua força militar organizada, o dinamismo económico e as influências que possuíam (a nível político, social e religioso) que permitiram a Independência do reino e a consolidação do Condado Portucalense.


Ao longo dos anos, a Terra de Santa Maria manteve a sua importância geográfica estratégica e um orgulho na sua História e tradições, mas foi perdendo a sua influência política, económica e cultural, facto que lhe retirou visibilidade mediática a nível nacional.


No entanto, com o ressurgimento da democracia, acordou decisivamente de uma certa letargia e, actualmente, assiste-se a uma simbiose e uma complementaridade entre a agricultura (predominante nas áreas montanhosas do interior) e a indústria (especialmente a cortiça, calçado, papel, metalomecânica, metalúrgica, cerâmica e equipamentos para crianças), sendo o sector terciário aquele que tem registado mais elevadas taxas de crescimento, de forma a tornar esta região competitiva e afirmar-se a nível nacional e internacional, tendo epicentro deste desenvolvimento Santa Maria da Feira.


As Terras de Santa Maria da Feira resistem a conservar as memórias da sua história mas, estão abertas às "ondas de modernidade e progresso", afirmando-se, através desta dupla personalidade, num quotidiano que responde aos desafios da viragem do milénio, sem pôr em causa a sua génese cultural.

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